Valentões tentaram destruir a vida dela - Hoje, aos 31 anos de idade, eles tiveram que engolir as próprias palavras

Fev 04, 2021

Todo mundo passa por momentos de insegurança ou baixa autoestima na vida, e isso é normal. Muitas vezes, isso acontece porque achamos que temos algum defeito físico. Enquanto algumas pessoas não gostam do formato do próprio nariz, outras podem sofrer por causa de seu peso. Para Lizzie Velásquez, que mora na cidade de Austin (Texas, EUA), foi a forma como os outros reagiam a ela o que a atormentou todos os dias de sua vida. Este vídeo de 2015 mostra uma pequena parte do que ela passou, e o tamanho de sua força para superar as adversidades que a vida lhe apresentou desde pequena.

Velásquez nasceu em Austin (Texas, EUA), em 13 de março de 1989, pesando pouco mais que 1 kg. No começo, ela não sabia que era diferente. Ela ria e brincava como todas as crianças, sempre alegre, sem saber o que estava por vir. No entanto, assim que a menina começou o jardim de infância, isso mudou. Naquele momento, sua inocente e despreocupada infância foi interrompida por seus colegas de classe, mesmo em tão tenra idade.

"Para a minha família, eu era apenas a Lizzie. Eu tive um choque de realidade com apenas 5 anos de idade. As outras crianças tinham medo de mim, apontavam para mim e não queriam sentar comigo", explicou ela ao Today. "Eu não conseguia entender. Eu não estava fazendo nada com eles, então por que aquilo estava acontecendo comigo? E eu não tinha coragem de contar a ninguém."

Ela continuou: "Finalmente, eu falei com os meus pais e eles disseram: 'Não há nada de errado com você, você é apenas menor do que as outras crianças. Você é linda e inteligente e pode realizar qualquer coisa'".

Felizmente, essas palavras realmente ressoaram em Velásquez e ficaram com ela. Ela percebeu algo que todos nós deveríamos: a aparência de uma pessoa não define como ela é por dentro ou o que ela pode alcançar. Para superar os obstáculos, Velásquez teve de ser muito forte mentalmente. Com a ajuda e o apoio de seus pais, foi exatamente isso o que ela se propôs a fazer.

Nascida com uma condição genética rara, Velásquez sofreu com a crueldade de seus "colegas" desde o jardim de infância. Sua condição impede que ela possa ganhar peso normalmente e afeta significativamente sua aparência. Aos 16 anos, ela já havia enfrentado uma exposição na internet, uma forma amplificada de abuso. Mas Velásquez estava determinada a não deixar que insultos cruéis a definissem. Hoje, com 31 anos, ela é uma ativista e palestrante de renome mundial contra o bullying.

O ensino médio costuma ser uma fase incrível da vida, cheia de amigos, festas e diversão. Infelizmente, não são todos que podem dizer isso. Imagine que uma imagem ou vídeo de você começasse a circular online com a legenda "A pessoa mais feia do mundo". Além disso, pense em como seria ver milhares de comentários de desconhecidos na publicação dizendo todos os tipos de coisas cruéis.

Isso parece algo inimaginável, mas foi a realidade de Velásquez. A zombaria dos outros adolescentes atingiu níveis mundiais de ódio e abuso verbal. Isso teria sido suficiente para destruir a autoestima de qualquer um, mas Velásquez decidiu manter-se de cabeça erguida. Ela sabia que a melhor coisa a se fazer era tentar transformar toda essa negatividade em algo positivo. Sua atitude demonstrou um nível de força emocional que a maioria dos adultos jamais conseguiria ter, muito menos uma adolescente.

Velásquez nasceu com lipodistrofia, uma condição que afeta a forma como o seu corpo distribui gordura. Ela também nasceu com síndrome de Marfan. Essa é uma desordem genética rara, que afeta o tecido conjuntivo do corpo, mais frequentemente nos vasos sanguíneos, olhos, coração e esqueleto. O caso de Velásquez em particular é conhecido coletivamente como síndrome de lipodistrofia marfanóide-progeróide. É algo tão raro que menos de 10 casos haviam sido documentados até o ano de 2016. O distúrbio fez com que Velásquez ficasse cega em um olho e causa um envelhecimento mais rápido do que o normal.

Crianças podem ser cruéis quando alguém é minimamente diferente, e, infelizmente, Velásquez teve que suportar ouvir outros dizendo que seu rosto era "nojento" desde o jardim de infância. "Na época, eu achava que todos se pareciam comigo. Eu não conseguia distinguir qual era a diferença", disse Velásquez ao Daily Mail.

Mesmo com toda essa negatividade, Velásquez seguiu firme e forte. Quando alcançou ao ensino médio, ela já tinha chegado à conclusão de que apenas ela mesma tinha poder sobre a sua vida. Sua mentalidade era permanecer corajosa diante do que quer que viesse em seu caminho e permanecer positiva, não importando o que acontecesse. Além disso, ela tinha uma vida para viver e queria fazer todas as coisas que os adolescentes querem fazer para se divertir com os amigos.

"Foi difícil, mas eu sabia que conseguiria", disse Velásquez ao Today. "Eu escrevia para o jornal da escola e tirava fotos para o anuário. Eu participei dos testes para ser líder de torcida. O uniforme era lindo e toda vez que eu o usava pela escola, me sentia como uma super-heroína. Eu estava mais à vontade com os meus amigos da escola, e sentia que podia ser eu mesma, assim como era com a minha família."

Velásquez estava ganhando confiança, e as coisas estavam melhorando. Porém, tudo isso mudou de repente uma noite quando ela estava fazendo o dever de casa. Ela decidiu fazer uma pausa nos estudos e entrar no YouTube, mas o chão se abriu quando ela viu o que estava na tela do computador.

Alguém tinha feito um vídeo com imagens suas. A legenda dizia "A mulher mais feia do mundo" e o vídeo já tinha milhões de visualizações quando Velásquez o assistiu. Pior do que isso, havia milhares de comentários, e muitos mais estavam por vir. Ela não conseguia parar de lê-los, mesmo que muitos fossem excruciantes. Algumas pessoas diziam que o mundo seria um lugar melhor se ela apenas tirasse a própria vida. Velásquez continuou lendo, esperando desesperadamente que alguém fosse defendê-la... mas ninguém o fez.

Como se pode imaginar, foi uma experiência extremamente dolorosa. Em sua entrevista com o Today, Velásquez disse que "era como se alguém tivesse atravessado a mão pela tela do computador e me dado um soco no rosto". Que mundo insano é esse em que milhares de pessoas podem se esconder atrás das telas de seus computadores e dizer coisas tão horríveis a alguém completamente desconhecido? Pior ainda, essas pessoas fizeram comentários cruéis a uma menina de 16 anos que sofre de doenças com as quais nasceu e sobre as quais não tem o mínimo de controle.

Novamente, Velásquez passou por um momento que destruiria emocionalmente a maioria das pessoas. Mas não a senhorita Velásquez; ela se levantou e continuou seu caminho sem dar ouvidos àqueles que queriam o seu mal. Mais tarde, ela declarou que se pudesse enviar flores e um cartão de agradecimento para o criador do vídeo, ela enviaria. Segundo a menina, aquele vídeo mudou a sua vida para sempre.

"Eu não pensei em confrontar — teria sido uma perda de tempo", disse ela. "Eu só queria provar que eles estavam errados. Eu percebi que poderia transformar aquele momento em algo bom." Sem nunca deixar os maldosos vencerem, ela deixou toda a hostilidade abastecer suas forças para se tornar a mulher que se tornou. Depois do ensino médio, ela foi estudar na Universidade Estadual do Texas. Aos 23 anos, se formou em comunicação.

Logo após a graduação, Velásquez foi convidada para dar uma palestra no TED Talk em Austin, e aceitou a oportunidade sem hesitar. Durante a sua palestra, ela explicou que, embora houvesse muita dor causada por uma vida inteira de zombaria, ela queria dar às pessoas uma perspectiva diferente. A perspectiva que ela apresentou tocou muitos espectadores, e o vídeo acabou se tornando viral.

"Por muito tempo, eu achei que a minha aparência me definia", disse ela no TED Talk de 2013, explicando como gostaria de poder "esfregar uma toalha no rosto e retirar a síndrome".

Sobre assistir àquele terrível vídeo no YouTube, Velásquez explicou: "Algo meio que clicou na minha cabeça... eu vou deixar que as pessoas que me chamaram de monstro me definam? Não, eu vou deixar que os meus objetivos, meu sucesso e minhas conquistas sejam as coisas que me definem".

A maioria das pessoas que sofrem com uma crueldade duradoura como nesse caso tem dificuldades de superar a situação. Por sorte, Velásquez não é como a maioria das pessoas. Hoje, ela tem 31 anos e é uma mulher de negócios bem-sucedida. Mesmo que ela ainda tenha que se preocupar com a sua saúde, certificando-se de comer calorias suficientes diariamente para manter sua energia, ela consegue viajar pelo mundo, dando palestras sobre suas doenças e história de vida.

"Esse é o meu propósito. É isso que eu devo fazer pelo resto da minha vida. Eu gosto de pensar que não estou contando apenas a minha história, estou contando a história de todos", disse Velásquez em uma entrevista ao Daily Mail. E todo o seu esforço e positividade em não deixar que os outros a coloquem para baixo não são em vão. No momento da publicação deste artigo, ela contava com mais de 860.000 inscritos em seu canal do YouTube. É possível dizer com tranquilidade que ela já é mais bem sucedida do que aqueles que a xingaram jamais sonhariam em ser!

"Você é linda e inteligente e pode realizar qualquer coisa", Velásquez contou que é isso o que seus pais diriam. "Eles me amaram mesmo diante de tanta incerteza." Velásquez definitivamente é uma grande inspiração para muitos, e é uma pessoa incrível em geral. No entanto, tais qualidades nem sempre podem protegê-la. O ano de 2020 foi desafiador para a maioria das pessoas e não foi diferente para Velásquez. Mas não foi apenas a pandemia de COVID-19 que causou estresse e a dor em sua vida no ano passado.

A internet novamente foi utilizada contra Velásquez, dessa vez no aplicativo TikTok. Mais uma vez, ela encontrou sua imagem sendo transmitida, zombada e ridicularizada, relata o Daily Mail. Para piorar a situação, foi a mãe de uma criança que começou tudo. Ela usou a imagem de Velásquez em uma pegadinha, dizendo para uma criança que a pessoa na foto seria sua professora no ano seguinte.

Em julho, a "brincadeira" havia se tornado viral entre os pais, que estavam fazendo chamadas no FaceTime dizendo que Velásquez seria a professora de seus filhos. Obviamente, Velásquez ficou profundamente magoada.

Ela aproveitou a oportunidade para ressaltar que esse comportamento só encoraja as crianças a reagir negativamente às pessoas com base em sua aparência. Afinal de contas, as crianças imitam o comportamento dos pais. "Quando as crianças estão na escola ou em público, é crucial ensiná-las sobre a importância de respeitar as pessoas que são diferentes delas", disse Velásquez em um vídeo postado na sua conta do Twitter.

"Mostrar um vídeo pode ser uma piada, mas pode ser algo que ensina à criança: 'se a minha mãe ou o meu pai acha que isso é engraçado, então eu posso rir também'", continuou. "Eu me sinto muito responsável de saber que agora é o momento de fazer tudo o que posso para falar por aqueles que podem não ter voz ou por aqueles que não sabem como usar a deles." E ainda acrescentou: "Eu pressenti que a minha foto seria usada novamente. Depois de lidar com isso por tanto tempo, eu posso sentir quando isso vai acontecer."

Depois que Velásquez foi a público criticar a atitude desses pais, algo maravilhoso aconteceu. Crianças de todo o mundo começaram a publicar vídeos sobre ela. Dessa vez, no entanto, elas não estavam rindo ou zombando. Pelo contrário, estavam elogiando e dizendo o quanto ela é linda.

Felizmente, hoje a coragem de Velásquez é reconhecida mundialmente tanto por crianças quanto adultos, e ela provou mais uma vez que as pessoas maldosas não vencem no final. É preciso ter uma força imensa para passar por momentos tão difíceis e sair-se mais positivo no final. Pessoas como Lizzie Velásquez são uma inspiração não apenas pelo que elas fazem, mas por quem elas são por dentro. Nós desejamos à senhorita Velásquez tudo de melhor no futuro!

Velásquez é uma linda estrela em um mundo cheio de ódio, pegando algo tão feio e transformando em lições construtivas. Todo mundo tem algo a aprender com ela. Se você conhece alguém que possa estar sofrendo em silêncio, compartilhe este artigo. Talvez ele seja o empurrão exato que a pessoa precisa!