Mesmo aos 73 anos, parece que a Mulher Biônica, Lindsay Wagner, não vai parar tão cedo
Fev 05, 2021
Grandes artistas geralmente amam seus ofícios o suficiente para jamais quererem se aposentar, e a atriz Lindsay Wagner não é uma exceção. Além de sua famosa representação da "Mulher Biônica" no popular programa de televisão dos anos 70, ela recebe o crédito por várias outras atuações.
Ela também tem muito reconhecimento e premiações por causa diversas produções nas quais participou. Na Night of the Stars que foi realizada pelo Festival Internacional de Cinema de San Diego, Wagner recebeu uma Premiação Humanitária. Depois de uma longa carreira, a atriz não mostra sinais de qualquer desejo de parar.
Parece apropriado dizer que a Wagner tenha perseverado na sua vida ao considerar os tipos de papéis que ela estrelou em sua carreira. Em "A Mulher Biônica," Wagner interpretou uma agente secreta que foi aprimorada cirurgicamente com implantes robóticos que são capazes de lhe dar super força, velocidade, e audição, no final dos anos 70. Na vida, Wagner parece tão forte quanto sua heroica personagem da televisão, pois ela teve sucesso em diversos empreendimentos, incluindo escrever, ensinar, treinar, e modelar.
A infância de Wagner foi marcada por um divórcio. Depois que seus pais se separaram, Wagner viveu com sua tia e com a avó por algum tempo enquanto seus pais "evoluíam" ela disse em uma entrevista concedida à People em Março de 1980. "O divórcio não é fácil para nenhuma criança. Eu me senti um pouco culpada por isso, então fiquei meio mal comigo mesma. Quando você cresce e entende o que é o divórcio, é tarde demais," ela adicionou. Ela voltou a viver com a mãe em Los Angeles, na Califórnia após o divórcio.
Aos 13 anos, ela "reprimiu" suas emoções, mas encontrou um alívio quando começou a fazer aulas de atuação com o professor James Best em Los Angeles. As suas tentativas no mundo da atuação haviam começado no Oregon, onde ela participou de peças escolares depois que sua mãe se mudou para lá com seu padrasto. Ela voltou a se interessar pela atuação novamente quando ela aceitou o papel de apresentadora no programa musical "Playboy After Dark." A People relatou que ela se tornou uma modelo da Nina Blanchard quando tinha apenas 14 anos, e aos 16, acabou sofrendo com uma úlcera estomacal. Depois de se formar no ensino médio, Wagner trabalhou como uma garçonete de coquetéis, vendeu roupas em uma butique, e até mesmo cantou em uma banda de rock. Finalmente, ela assinou um contrato com a Universal por $162 dólares (cerca de 870 reais na conversão atual) por semana, quando ela tinha apenas 22 anos de idade.
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Ela apareceu em muitos programas de televisão, incluindo, "Arquivo Confidencial" (The Rockford Files), e "Marcus Welby, M.D," e ela também atuou em alguns filmes durante aquele período, incluindo "O Homem Que Eu Escolhi" e "Amor Sem Promessas." Ela retornou para a televisão em 1975, com seu icônico papel de Jaime Sommers, em "A Mulher Biônica." O programa foi um sucesso spinoff de outro ainda mais famoso, a série "O Homem de Seis Milhões de Dólares" que narrava as aventuras de Steve Austin que era interpretado por Lee Majors. A personagem Sommers foi interesse romântico do personagem Austin.
Sua personagem deveria morrer originalmente, mas ela foi ressuscitada devido à demanda popular. A personagem, Sommers, voltou em um especial de duas partes em "O Homem de Seis Milhões de Dólares" e um programa spinoff foi criado, dando a Wagner o papel principal. "A Mulher Biônica" estreou em 1976. Enquanto trabalhava no popular programa, Wagner também fez algumas atuações no estrangeiro.
Wagner relembrou da sua experiência com programas de TV, dizendo que eles lhe deram a chance de fazer algo que ela gostava enquanto criava algo significativo, como ela lembrou ao falar com o Times Colonist. A sua personagem usava inteligência e poderes físicos para superar situações difíceis. Ela acredita que seu heroísmo no programa causou ondas no movimento feminista. "Foi o começo da mudança da imagem feminina na mídia," ela disse à People em 2018. "Qualquer pessoa com mais de 34 anos ainda me diz sobre a grande participação que tive em sua infância," a atriz adicionou.
Porém, isso não quer dizer que a sua carreira de atriz não tenha tido suas dificuldades. Ao terminar seu papel em A Mulher Biônica, ela se sentiu exausta de tanto trabalho. "Como Jaime Sommers estava se sentindo—não como uma mulher, mas como uma espécie de robô—era como eu me sentia sobre a série," ela disse em 1980. "Eu tive constante desarmonia, batalhas dentro do estúdio, e sem uma vida pessoal. Eu não estava suportando mais. Eu queria me sentir como uma pessoa normal por um tempo." Sua exaustão mental associada a problemas de saúde a levou a ter dificuldades nos bastidores, onde ela ela rotulada como petulante e exigente.
O seu explosivo sucesso e ambição pela carreira também afetaram seu casamento. Ela havia se casado com Michael Brandon em 1976, logo após os inícios das gravações de "A Mulher Biônica" e sua carreira explodir. Da noite para o dia, Wagner havia se tornado um sucesso em Hollywood, mantendo uma agenda de 70 horas semanais. "Eu estava tão envolvida com a minha carreira, que eu não conseguia mais enxergar objetivamente quem eu era pessoalmente, ou o que eu precisava em um companheiro," ela refletiu em 1980. "Esse tipo de pressa é algo assustador, tentando manter tudo para que você não seja esmagada pelo ritmo. Eu terei que ser desculpada por tudo o que fiz então."
Falando sobre qualquer plano de casamento para o futuro, na época, ela disse, "Eu fui casada demais nesse ponto da minha vida. Para mim, me estabelecer com qualquer pessoa no momento seria repetir a história de uma maneira muito burra. Seria ingênuo, impraticável, e causaria mais dor do que qualquer coisa," ela elaborou. "Eu não quero fazer isso comigo de novo—nem com qualquer outra pessoa." Ela acabou se casando mais duas vezes depois do seu relacionamento com Michael Brandon— ela foi casada com o dublê Henry King de 1981 a 1984, e com quem ela teve os filhos Dorian e Alex, seguido por seu casamento com o produtor de TV Lawrence Mortorff de 1990 a 1993.
Desde os seus dias como Jamie Sommers, Wagner tem sido um farol do empoderamento feminino. Falando com a Smashing Interviews Magazine em 2016, Wagner disse, "As mulheres estavam sendo redefinidas em nossa cultura por todo mundo. Nós realmente nem entendíamos o que isso significava. Esse simples fato de as mulheres serem "permitidas" a ser a figura principal de um programa foi um começo. Eu acho que muitas mulheres sequer entendiam, para ser sincera com você, o que significava para uma mulher estar no poder."
Durante sua entrevista, ela também pontuou sobre sua infância, e como isso impactou o seu desejo de se envolver mais na defesa de direitos e mudança social. Se referindo ao seu workshop "Quiet the Mind and Open the Heart — Silencie a Mente e Abra o Coração" ela disse, "Eu fui uma sobrevivente da violência doméstica quando eu era mais jovem. Na época, nossa cultura era muito voltada para, 'é assim que as pessoas são.' Eu não acreditava nisso. Aquela não era a minha experiência, então eu estudei. Eu ainda estou estudando a mente e o espírito de como essas coisas funcionam juntas, até mesmo estudando diferentes culturas."
Ela também explicou sobre como foi fundamental interpretar a sua personagem para mudar a maneira como a televisão era produzida. "Quando eu entrei nesse negócio, eu decidi fazê-lo profissionalmente, pois não era até eu fazer vinte e dois anos. Eu achei maravilhosa essa oportunidade para falar sobre questões sociais. Me tornando tão popular e tendo tanto poder nos negócios com a popularidade de "A Mulher Biônica," eu fui capaz de realizar um projeto que eles realmente não queriam que eu fizesse na época. Eram questões sobre as quais eles tinham medo de falar sobre no entretenimento, pois os programas eram fornecidos por empresas, e eram produtos de publicidade. Era assim que a televisão funcionava."
Elaborando sobre as dificuldade de tocar nos problemas sociais naquela época, Wagner disse que assim que a bola começou a rolar, os estúdios de televisão perceberam que as pessoas não se intimidariam em saber mais sobre as questões sociais. "Mas foi assim que tudo aconteceu. Eles viram que as pessoas gostavam de filmes. Elas não desligavam. Elas voltavam pra ver o próximo. Não demorou muito para que as empresas percebessem que existia um mercado para elas naquela geração, e as pessoas não iriam mudar de estação," a atriz adicionou.
Wagner continuou a estrelar em vários filmes e programas de televisão depois de seu tempo em "A Mulher Biônica," com seu mais recente e memorável papel de Helen Karev na famosa série "Grey's Anatomy." Ao lado da sua carreira de atriz, Wagner continua ativa em seus objetivos de promover a mudança social. Ela deu uma palestra no Global Empower Summit na Universidade da Califórnia, em San Diego. Ela se autodenominou uma defensora do potencial humano, e falou sobre violência doméstica e outros problemas enfrentados por mulheres, como mencionado pelo San Diego Union-Report. Ela acredita que muita coisa mudou desde que esteve na televisão.
"Vai ser interessante ver o que vai acontecer na próxima geração, pois homens e mulheres tem sido criados de maneira diferente do que foram, do que eu fui. Nossa cultura é muito diferente hoje. Existe muita permissão para homens serem sensíveis e poderosos, e existe muito mais permissão hoje para as mulheres serem poderosas e sensíveis. É só descobrir o equilíbrio e expressá-lo através da maneira como criamos. A evolução é uma grande tarefa," disse a estrela.
Você está feliz em saber que Lindsay continua forte mesmo depois de idosa.
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