Garota de 13 anos manteve seus três irmãos mais novos vivos por 40 dias na selva amazônica com suas habilidades na natureza

Jun 16, 2023

Uma corajosa menina de 13 anos foi creditada por manter seus irmãos mais novos vivos quando eles ficaram presos nas perigosas selvas da Amazônia por 40 dias, usando o conhecimento da natureza selvagem que ela aprendeu ao ser criada em sua comunidade indígena.

A menina, Lesly Jacobo Bonbaire, era a mais velha de quatro irmãos, incluindo Soleiny Ranoque Mucutuy, de 9 anos, Tien Noriel Ronoque Mucutuy, de 4 anos, e Cristian Neryman Ranoque Mucutuy, que completou 1 ano de idade na selva, quando o avião em que viajavam com a mãe caiu nas densas florestas do sul da Colômbia. O piloto e um outro adulto também morreram no acidente, enquanto a mãe faleceu quatro dias depois, deixando as crianças à própria sorte na selva traiçoeira repleta de jaguares, cobras e outros predadores ameaçadores.

O acidente deu início a uma extensa operação de busca. Quando os destroços do avião foram encontrados, duas semanas depois, sem nenhum sinal das crianças, iniciou-se uma caçada com 150 soldados e 200 voluntários de comunidades indígenas. As equipes da Operação Esperança cobriram uma área de 125 milhas quadradas em suas buscas. Mas, à medida que os dias se transformaram em semanas e as semanas em um mês, eles começaram a se preocupar com a possibilidade de nunca encontrarem as crianças ou de chegarem tarde demais.

No entanto, pistas de que as crianças ainda estavam vivas foram encontradas durante a busca, incluindo laços de cabelo, uma tesoura, uma pegada, uma mamadeira e frutas parcialmente comidas. Isso deu esperança aos socorristas e os incentivou a continuar a busca, o que levou à eventual descoberta das crianças 40 dias após o acidente.

Em 9 de junho de 2023, as palavras "Milagre, milagre, milagre, milagre" foram ouvidas nos rádios das equipes de busca, um código do exército usado para sinalizar a descoberta de uma criança desaparecida, repetido quatro vezes para representar todas as quatro crianças desaparecidas.

Embora as crianças tenham sido encontradas famintas, desnutridas, cobertas de arranhões e picadas de insetos, com panos enrolados nos pés, nenhuma delas estava em estado grave. As crianças foram então içadas para helicópteros e levadas para um local seguro.

Todas as crianças eram membros do povo Huitoto, que aprendeu a viver da terra caçando e pescando desde cedo. De acordo com o avô das crianças, os dois mais velhos tinham um conhecimento profundo da selva, enquanto uma tia disse que eles cresceram brincando de "jogos de sobrevivência" que ensinaram a Bonbaire "quais frutas ela não pode comer, porque há muitas frutas venenosas na floresta. E ela sabia como cuidar de um bebê".

As crianças também usaram lições aprendidas com sua avó, Fátima Valencia, uma respeitada anciã do território indígena Araracuara, pois "elas precisariam recorrer ao conhecimento ancestral para sobreviver", de acordo com um líder indígena da vizinha Vaupés.

Após o resgate, descobriu-se que Bonbaire havia usado laços de cabelo para criar um abrigo improvisado. Ela também recuperou farinha de mandioca do avião, que as crianças comeram até acabar. Depois disso, elas consumiram frutas e sementes que Bonbaire sabia serem seguras devido aos ensinamentos de sua mãe, avó e membros de sua comunidade indígena.

Valencia disse à mídia que Bonbaire também estava acostumada a cuidar de seus quatro irmãos mais novos quando a mãe estava no trabalho, e isso a ajudou a cuidar deles na selva.

"Ela lhes dava farinha e pão de mandioca, qualquer fruta do mato, eles sabem o que devem consumir", disse Valencia.

O presidente colombiano Gustavo Petro saudou as crianças como um "exemplo de sobrevivência" e disse que a história delas "permanecerá na história" Ele acrescentou:

"Eles são filhos da selva, e agora também são filhos da Colômbia".

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