A carta que John Kennedy escreveu para sua amante um mês antes de falecer
Jan 07, 2021
Com a perfeita imagem de como John F. Kennedy e sua esposa Jackie formaram o primeiro casal, muitos americanos os consideravam a epítome do casamento ideal, totalmente americano. Ainda assim, muitos se esqueceram que o presidente teve diversos casos extraconjugais –– mesmo durante seu mandato. Um desses casos foi com a falecida artista, Mary Pinchot Meyer, com quem os amigos mais próximos disseram que Kennedy teve um profundo e amoroso relacionamento. Em 2016 o conteúdo de uma carta adereçada à Meyer foi divulgado antes de um leilão, e nele Kennedy escreveu um comovente e íntimo convite para se encontrar com a artista.
Não se esqueça de ir até o final do artigo para ver o conteúdo da carta.
De acordo com o R.R. Auction, o ex presidente escreveu uma carta de amor para Mary Pinchot Meyer, uma pintora americana cuja a qual ele supostamente teve um relacionamento romântico secreto. A organização estima que a carta tenha sido escrita em Outubro de 1963, há apenas um mês antes do presidente ser assassinado. A carta nunca foi enviada, e na verdade ficou retida, por motivos desconhecidos, pela secretária da Casa Branca, Evelyn Lincoln, que acabou se tornando de fato uma arquivista do presidente, preservando muitos de seus esboços e documentos oficiais. Em 1995, a coleção de souvenirs de Kennedy que pertenciam à Lincoln –– incluindo a infame carta de amor –– foi comprada por Bob White.
Após a morte de White, duas décadas mais tarde, a sua coleção de pertences de Kennedy foi colocada em leilão pela R.R. Auction em 2016. Na época, a organização anunciou que a carta estava em "ótimas" condições, "com as pontas dos papéis da Casa Branca cortadas por Evelyn Lincoln." Ela exibe uma marca d'água presidencial, apenas visível sob uma forte luz, e apresenta uma curta, porém romântica, mensagem romântica para a suposta amante do J.F.K., Meyer. Embora a carta tivesse sido estimada para ser vendida por cerca de $33 mil dólares (cerca de R$175 mil), esse valor quase triplicou, indo para $88 mil dólares (cerca de R$ 467 mil). A companhia também diz que a carta "deve ser uma das últimas cartas escritas à mão pelo presidente."
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Mary Pinchot Meyer teve uma formação bem privilegiada, sendo filha de Amos Pinchot, um rico advogado, e Ruth Pinchot, uma famosa jornalista. O tio dela, Gifford Pinchot, foi um renomado conservacionista que foi duas vezes o governador da Pensilvânia. Ela foi educada na prestigiada escola Brearley School e no Vassar College, e namorou com William Attwood quando adolescente. Meyer conheceu Kennedy durante o ensino médio, no baile na Choate, porém, eles perderiam contato e só se reconectariam muitos anos mais tarde.
Em 1944, ela conheceu seu futuro marido da de alta patente da C.I.A, Cord Meyer, na época um tenente do corpo de fuzileiros, e com quem ela compartilhava de visões pacifistas. Eles se casariam no ano seguinte.
Meyer e Kennedy se reencontraram como adultos, em 1954, quando o presidente e sua esposa se mudaram para Georgetown, e a pintora supostamente teria se tornado amiga de Jackie Kennedy rapidamente. Meyer, seu marido, e os filhos, mais tarde viveriam entre a Europa e os EUA, antes de ela dar entrada no processo de divórcio em 1958 e se mudar para Georgetown.
Nina Burleigh, uma jornalista investigativa, escreveu uma extensivamente sobre as escapadas de Meyer após o divórcio no seu livro, When History had Secrets. Em um trecho fornecido pelo The New York Times, Burleigh descreveu a artista como "uma ingênua e bem-educada em busca de diversão e se envolvendo em confusões pelo caminho." Ela virou amiga do irmão de J.F.K, Robert F. Kennedy, depois ele se mudou para a antiga casa do ex-presidente em Georgetown com sua família. Ela eventualmente se reconectou com o presidente, e os dois teriam supostamente iniciado um relacionamento. Quando Kennedy tomou posse, Meyer disse tê-lo visitado diversas vezes –– mesmo quando sua esposa estava fora da cidade.
Vazamentos e avistamentos chamara a atenção dos tabloides, mas tanto Meyer quanto Kennedy continuaram em silêncio sobre seu relacionamento, de acordo com o The New York Times. Dizem que um jornalista confidente, James Truitt, traiu a confiança de Meyer ao compartilhar alguns de seus segredos com o National Inquirer.
Meyer foi assassinada no dia 13 de Outubro de 1964, em Georgetown, após ser atingida por disparos de um estranho. Na época, O New York Times disse que um "operário" de 25 anos chamado Raymon Crump Jr. foi acusado do crime, mas mais tarde foi declarado como inocente. Autoridades desde então não foram capazes de resolver o mistério por trás do assassinato de Meyer.
Seguindo a sua morte, tanto seu cunhado, Benjamin C. Bradlee descobriu uma passagem no diário de Meyer que confirmava o seu caso com Kennedy. Um artigo separado do The New York Times revelou que Bradlee e sua esposa encontrou o diário após o oficial de contra-informação da C.I.A, James J. Angleton, teria tentado invadir a casa de Meyer para roubá-lo. Os Bradlees eventualmente devolveram o diário para a C.I.A, e seu conteúdo continua praticamente desconhecido.
Em entrevista concedida ao The New York Times em 2016, o vice presidente executivo da R.R. Auction, Robert Livingston, disse que talvez nunca saibamos se Kennedy e Meyer realmente se encontraram. Porém, foi confirmado que o falecido presidente esteve em Boston, no dia 19 de Outubro –– dia mencionado na carta.
"É algo que você não iria esperar ver de um presidente," Livingston disse. "E o fato de que ele não a enviou, obviamente é porque ele recobrou juízo."
John F. Kennedy ficou famoso por seus diversos romances durante seu mandato. De acordo com o The Express, o presidente se envolveu com grandes nomes, como Marilyn Monroe, Marlene Dietrich, e Judith Campbell Exner. Ainda assim, o seu relacionamento com Meyer era diferente. Charles Bartlett, uma jornalista e velha amiga de Kennedy, disse que ele estava "apaixonado" por Meyer.
"Ele estava profundamente apaixonado. Ele foi muito franco comigo sobre isso," Bartlett disse, como citado pelo The Express.
Muitas questões relacionadas ao relacionamento de Meyer e Kennedy continuam sem respostas até hoje.
Seja qual for o caso, a carta de Kennedy detalha uma crua, íntima, e romântica mensagem para Meyer, na qual ele expressa um desesperado desejo de encontrá-la. A carta diz:
"Por que você não deixa os subúrbios de uma vez — venha me ver — seja aqui — ou no Cabo, na semana que vem, ou em Boston, no dia 19. Eu sei que é imprudente, irracional, e que você pode odiar — mas por outro lado, você pode não odiar — e eu vou amar isso. Você diz que é bom para mim não conseguir o que eu quero, Depois de todos esses anos — você deveria me dar uma resposta mais amorosa que essa. Por que você não simplesmente diz sim."
“É algo que você não esperaria ver de um presidente," disse o vice-presidente executivo da R.R. Auction, Robert Livingston, em uma entrevista em Maio de 2015. "E o fato de ele não ter enviado, é um claro indicativo de que ele recobrou sua consciência."
Com um lance mínimo de $5 mil dólares (cerca de R$ 26 mil) e um valor estimado em cerca de $30 mil dólares (cerca de R$159 mil), a carta foi vendida por $88 mil dólares (cerca de R$ 467 mil) em 2016.
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